quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Um sambinha..

Ah! Coração leviano
Podes Pensar,
Mas não me engano!
Pois não é só você
Que desse jeito se comporta,
Sei muito bem como é
Quando nada te importa
Me diz que não vai mais beber
Que cigarro nem quer mais
Mas essa ladainha toda, deixo pra trás
Diz que vai me amar
Pela vida toda,
Posso até gostar,
Mas não pense que estou a toa!
Esse papo de eterno
Esse papo de bacana
Só serve mesmo pra aumentar o ego meu,
Porque, irmão,
Não se pode enganar
Um coração igual ao teu!

Ontem me veio uma vaga lembrança daquela música do Paulinho da Viola (salve!) e me deu uma vontade de escrever meio que um samba..

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

O aniversário


Ontem foi meu aniversário! Oba.
Nunca foi tão comum fazer aniversário.
Sempre no dia dezenove eu passava o dia inteiro pensando e ansiosamente esperando o dia seguinte chegar. Dormia tarde, porque ficava me revirando na cama com a idéia: já é meu aniversário! Já é meu aniversário! E sonhava sorrindo!
Parece coisa de primário, mas até ano passado eu era assim. Eu gosto de ter essa coisa de criança, uma alegria infantil, que se diverte com qualquer coisa.
Agora, não me vem dizer que estou ficando velha. Que meus aniversários serão assim pelo resto da minha vida!
Na madrugada do dia dezenove até pensei: já é meu aniversário. Mas estava tão cansada que foi pensar isso, e "capotar". Nem tive tempo de sorrir.
Acordo no dia vinte (meu aniversário, por fim!!) com minha mãe abrindo indelicadamente a porta do quarto, com a intenção de me acordar, dizendo: Ô Marília! Você não tem manicure hoje às oito e meia? Já são oito horas!
Levantei tentando entender por que raios fui marcar com aquela mulher justo esta hora! Corri, tomei um café rápido e fui. Passei a manhã inteira lá. Voltei, engoli o almoço e fui pro trabalho.
Opa! Ganhei uns 3 abraços de parabéns da minha família. - Obrigada. Pensava sonolenta e atrasada pro trabalho.
Chego lá e recebo os parabéns de várias pessoas. Vou trabalhar normalmente
- Que dia é hoje mesmo? - pergunto ao preencher a data numa ficha. - Ah! é dia vinte. Que cabeça!
No meio do expediente chega a mais inesperada das pessoas: meu pai.
Sim, porque pai é a última pessoa que você espera que te veja no seu aniversário. Pelo menos pra mim.
Com flores e um ursinho de pelúcia. Ok, eu não cresci pra ele. Obrigada.
- O quê? Ah.. me desculpa, mas eu não vou à um rodízio de carnes no sábado que vem comemorar. Pai, faz cinco anos que sou vegetariana!
- Mas é em comemoração dos aniversariantes de novembro da família! Seu avô, tio, prima..
- Não vou. Ou outro restaurante, ou a ausência da Marília.
- Ah.. Bem, eu vou ver com o seu avô, porque é ele que está organizando, mas... Poxa...aí fica difícil, né Má.
- (cara de paisagem)
Ele se vai e eu fico com uma mistura de espanto e gratificação. Há tempos não o via, não recebia nada, não conversava. É bom? É ruim? Nem sei.
Passado esse episódio, me vem a mulher que trabalha comigo dizendo que sou muito "marrentinha", que devo ir no rodízio de carne (ela ouviu minha conversa com ele), que não é porque sou vegetariana que tenho de mobilizar toda família a um outro lugar. Fiz questão de não absorver o significado daquela frase. Por acaso ela sabia da história com minha família paterna? Ela falava isso porque gostaria muito de ser chamada para ir a uma churrascaria! Mas é mais ou menos como se eu e outras pessoas com o mesmo hábito alimentar chamassemos um carnivoríssimo para ir a um restaurante vegetariano. Seria no mínimo sem graça!
Bem, passados conflitos, volto a pensar "Já é meu aniversário!"
Chego em casa, ganho uns presentes, adoro! E tem a família reunida pra cantar parabéns! Oba! Agora sim, é meu aniversário!
Mas fui dormir pensando em quantas outras coisas me preocupei, em quantas outras pessoas gostaria de ter visto e falado no dia do meu aniversário. Que quase não me importei com o fato de estar naquela data querida, pois tinha que chegar ao trabalho pontualmente, tinha que pensar no ônibus que pegaria, me acalmar com as coisas inesperadas!
E quando vi, já era hoje.