sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Honra ao Mérito


(Obs.: foto da história a seguir_)
Ha alguns anos venho me interessando por fotografia, fotografar e esse mundo. Adquiri uma câmera, com poucos recursos, mas foi o que deu pra comprar; e assim fui fazendo minha "fama" de fotógrafa amadora por aí. Procurei alguns contatos do ramo, pra me interar do assunto e até quem sabe descolar um trabalho nisso, minha primeira realização. Tabalho arrumado e bastaram algumas semanas para que toda minha vontade de trabalhar com fotografia se esvaísse por causa de um "cabide profissional" onde se é melhor contratar alguém totalmente leigo no assunto, mas que já seja amigo próximo de um funcionário antigo, que manter uma "zé ninguém", a ponto de um dia me perguntarem se eu sabia o que era uma foto em sépia... "Minha querida, se nem isso eu soubesse, não teria pedido emprego aqui, dito que faço algumas fotos e que gosto do assunto; teria logo ido à uma loja de roupas ou sapato, onde o emprego é mais braçal, porém ligeiramente mais fácil e melhor remunerado." - pensei, mas com uma barreira de boas educações que mamãe me deu, me limitei ao: Sei sim! . Bullshit. Saí daquele emprego de semanas, sem dinheiro, sem esperanças, sem sorriso, mas uma coisa era certa: minha paixão crescera ainda mais pela arte de fotografar, eu via as fotos de rolo de filme sendo reveladas e mexia na máquina de fotos digitais, praticamente só pra isso me serviu esse emprego. Passado esse tempo, continuei e agora mais disposta que nunca com o propósito de fotografar, mas só ficava na espera de me mudar e ter chances de mostrar meu trabalho por aí, e melhor: com recompensas financeiras - o famoso sucesso profissional; que é quando não necessáriamente a pessoa é rica, mas ganha dinheiro fazendo o que gosta, quase sem perceber, e não trancada num escritório ou fábrica apenas pelo dinheiro. (sem ofensas e quem trabalha nisso e gosta)
Eis que, antes do tempo imaginado me surge uma proposta. Um contato da família viu minhas fotos, gostou e disse que daria uma festa no próximo sábado comemorando seu aniversário e inauguração de sua casa nova, queria que eu fosse fotografar o evento e fazia questão de ser o primeiro trabalho remunerado com minha fotografia. Nessa semana, depois dos saltos de alegria, corrí atras de uma câmera melhor, porque a minha não faria as fotos do jeito que tinha de ser; emprestar de alguém era a solução mais rápida que pensei, e assim o fiz.
Consegui a câmera no dia da festa, mal tive tempo de testar e conhece-la com calma, mas fui que fui!
Contente, chego na "casa de rico" do homem que me "contratou", linda, com iluminação perfeita, pessoas e até a comida era bonita, tudo maravilhoso e quase 300 fotos batidas durante a noite, uma festa só!
Chegando em casa, lá pelas 4:00 da madrugada, fui correndo passar as fotos pro computador para ver meu trabalho. Passei, franzi a testa, fui dormir.
No dia seguinte, a cara de derrota era visível até a quem não me conhecia. Liguei o computador novamente, olhei as fotos, e de novo franzi a testa. Deletei as que não serviam, as borradas, desfocadas (?), escuras demais.. Sobraram umas 100. O dono da festa me mandando e-mails perguntando quanto ficou, como ficaram as fotos e etc. Nem tinha coragem de responde-lo. Corrí atras de ajuda, melhora, mas não havia! As fotos saíram quase todas granuladas, com textura ruim, feias de aparência mesmo. Os ângulos captados eram bons, mas faltava a nitidez linda das fotos digitais. O quer fazer agora?
Esperei até o fim da semana, quando o homem viria buscar as fotos gravadas num CD; ele ainda esperava minha resposta no e-mail. Quase sexta - feira o informo do problema ocorrido e explico, que foi uma função usada que sensibilizou demais a lente, fazendo com que as fotos ficassem um tanto granuladas, disse que não iria cobrar pois o trabalho não ficou do jeito que eu queria (nada mais justo) e pedi mil desculpas, arrasada.
Poxa! Eu não ia cobrar muito, mas a grana ia me ajudar bastante, pelo menos a não pedir mais pra minha mãe por alguns fins de semana, não contando que foi um trabalho super legal que eu acabei estragando, como se eu deixasse meu próprio doce azedar.
A campainha toca, é ele. Pego o CD, abro a porta com um sorrisinho teatral, e ele me diz: O que você aprontou, hein menina?
- Você viu meu e-mail? - perguntei acanhada
- Vi sim.. Você mandou ontem lá por meia noite e meia, eu li.
- Pois é (sorrisinho amarelo).. Aconteceu que.. E expliquei novamente o caso da lente, terminando com um "mas tudo bem, na próxima vez eu tiro fotos conhecendo melhor o material em mãos.. (totalmente sem jeito e com uma vontade de dizer: quebra esse CD porque tá horrível!!)
- O que é isso. Não se preocupe! (como todo bom "bem de vida" trintão bonitão, dando um sorriso largo e pensando "você tem muito o que aprender ainda" - que se estampava no seu rosto com olhos verdes apertadinhos pelo sorriso) - Tira duas notas no bolso e diz: Toma!
Eu pego, sem saber o que fazer, "eu não posso pegar, já disse a ele que não ia cobrar!", tento devolver, ele rejeita, rapidamente entra no carro dizendo: Manda um beijo pra sua mãe, até mais!!
Fiquei parada no portão, estava chuviscando, eram duas notas que seriam até mais do que eu ia cobrar. Estática!
Mostro à minha mãe e ela fica feliz, mas eu nem tanto. Não queria que fosse assim meu trabalho, o dinheiro foi como aquelas medalhas que a gente ganhava nos tempos da escolinha por ter participado de uma competição, os três primeiros lugares com medalhas de ouro, prata e bronze respectivamente e o resto da cambada com uma medalhinha menor e mais fina escrita "honra ao mérito", sei bem disso porque sempre as ganhei, visto que esportes nunca foram muito com a minha cara, nem eu com a deles.
Senti como me sentia nesses campeonatos, mas pior, porque foi como ganhar uma medalha de ouro no lugar da "honra ao mérito", claro, não desmerecendo a boa vontade e gentileza do homem, mas meu ego clama por um trabalho decente e, daí sim, reconhecido.
2008 é um ano de realizações, de ação, de colocar em prática planos guardados ou sonhados, visto que é regido por Marte, o guerreiro. A cor da sorte pra esse ciclo é o vermelho, vou me pintar deste, pra ver se fotografo melhor..

terça-feira, 1 de janeiro de 2008


Eu não tenho nada pra dizer, por isso digo
Que eu não tenho muito o que perder, por isso jogo
Eu não tenho hora pra morrer, por isso sonho


Feliz vida nova.
Cada ano é uma chance a mais pra viver melhor