terça-feira, 27 de maio de 2008

It's been a hard morning's day ...

... And I've been already tired like a dog.

5:40 AM
Acordei feliz: hoje arrumo meu emprego !
Tomei um café da manhã como gosto, bem 'reforçado' como diria minha avó, porque ia passar um tempo fora de casa e não estou em condições de ficar comendo na rua.
Alguma coisa me dizia que não seria tão fácil, mas estava disposta mesmo!
Vesti, maquiei, perfumei, peguei a bolsa e fui embora. Nunca tinha ido à um centro de apoio a trabalhadores pra procurar um emprego, primeira vez naquele ônibus, primeira vez naquele endereço. Saio do coletivo, ando umas 4 quadras (tamanho padrão São Paulo, que são bem diferentes das do interior, vale constar) chego no local. Calculo umas 100 pssoas. Vou pegar a senha com o senhor que está na porta, senha nº 347 . O senhor pergunta: Você trouxe a carteira de trabalho?
Sabia que algo não estava compelto.
- Não, senhor.
- Sem a carteira de trabalho você não consegue um trabalho, certo? Olha, (com cara de piedade) vou te dar essa senha, você volta até as 14:00 aqui com a senha e a carteira de trbalho; e me procura.
- Tá bom.
Ando umas 3 quadras, viro a direita, a direita novamente, sigo reto umas 2 quadras, passo por umas barraquinhas de camelô, olho correndo, pergunto a um deles onde seria a Praça Dona Benta, nela me localizaria, segui por mais um quarteirão, cheguei na praça e desci até o ponto de ônibus. Estava com sorte: o primeiro que passou iria pra minha rua, entrei, quase caí, sentei. Em 15 minutos estava no destino.
Ando mais umas ruas té chegar no prédio, subo, pego a carteira de trablho e um livro, '347 pessoas na minha frente, acho que vai demorar.'
Volto ao ponto de onibus, com a senha dentro da past... Cadê a senha?
Abro a pasta, tiro os curriculos, não está. Volto à ultima rua que andei, mas espera, atravesei uma avenida e o vento com certeza levou a senha lá pra baixo. Mas vou procurar mesmo assim, ando olhando para o chão, quase sou atropelada por um carro que sai da vaga da padaria, não foi nada, procuro, procuro.
Volto ao ponto de ôninbus pensando em que desculpa dar ao senhor da senha, entro no mesmo que fui da primeira vez, sento ao lado de uma mulher rechonchuda com perfume ruim, decido contar a verdade com a cara lavada. Ele me dará outra, certeza. Mas que descuido meu!
Saio, ando as 4 quadras, chego no lugar finalmente. Procuro fugir do senhor da senha, tem outro homem perto dele que também trabalha alí. Ele me pergunta o que quero, digo: uma senha.

- Ih, moça, as senhas já acabaram. Hoje tá difícil, viu, o sistema nem começou operar e já tá tudo lotado. Passa aqui amanhã mais cedo.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

A senhora, o patinho e o gatinho



Era mais ou menos 17:40 de uma terça feira, véspera da véspera do feriado e lá eu ia rumo a minha cidadezinha passar o feriado.
Entro no metrô, faço baldeação, entro no outro. Meio apertada, porque minha mochila dobrava meu diâmetro, tinha que ter cuidado. Sem lugares pra sentar, estavamos eu e uma mulher de frente pra porta que entramos e, encostada nesta, uma outra moça, um rapaz e uma senhora, que estava bem na minha frente.
A senhora vestia uma regata larga vermelha, saia preta de bolinhas brancas até o joelho, sapato preto, unhas vermelhas descascadas, coque na cabeça e uma bolsa bege com um patinho e um gatinho de pelúcia um pouco maiores que meu dedão, pendurados como chaveiro na bolsa. Eram bonitinhos.
Então a senhora pega os bichinhos, os coloca em cima do zíper da bolsa, virados de cabeça pra baixo. Logo depois, do nada, ela olha pra mim e diz:
- Sabe que outro dia não me deixaram entrar no metrô por causa deles? (apontando pros bicinhos) .
Eu, como adoro uma conversa, e justamente porque não tinha entendido o porquê daquele comentário e nem a razão do que ela disse, perguntei:
- Verdade? Mas por quê?
- Porque me disseram que eu não podia entrar com animais aqui no metrô, acredita?
(eu começei a rir, claro) - Mas agora não tem mais problema porque eles não vão mais fazer barulho, eu coloquei eles pra dormir hehe.
Ela falava sério, e de começo eu e todos que eu citei aqui riram disfarçadamente. Então eu continuei a conversa:
- Tá certo, não pode deixa-los acordados no metrô. Mas verdade mesmo que não te deixaram entrar por causa deles? Que judiação. Eles não fariam mal a ninguém!
- Pois é, menina. Eu nem acreitei quando o moço falou, mas depois ele falou tão sério que eu fiquei até com medo. Mas eu não ia deixar os bichinhos aqui e ir embora sem eles, né, moça..
- Com certeza.. Fez bem a senhora..
A mulher ao meu lado ria mais a cada vez que eu dava espaço e continuação a essa história maluca. Depois dessa conversa principal, a senhora disse mais umas duas vezes que agora estaria tudo bem, que eles não fariam mais barulho porque ela já os colocou pra dormir..

Depois de sair do metrô, ela foi pra um lado e eu pra outro. E eu fiquei pensando o que levaria a mulher a falar aquilo pra mim e porque ela o falaria. Pode ser um tanto de loucura (no sentido que todos usam, porque eu não acredito em loucura), algum distúrbio mental, apesar de não ser visível, ou vontade de não falar coisa com coisa, ou vontade de fazer os outros rirem, ou outras milhões de possibilidades.
A verdade é que nesse mundo nunca se sabe nada sobre ninguém, nenhuma aparência é verdadeira, todas enganam. Nem nós mesmos nos conhecemos a fundo, como o faríamos com os outros? Por isso tenho paixão por humanos, seus pensamentos e atitudes. Eles são imprevisíveis até nos seus instintos, têm mais coisas ocultas que a Terra, têm mais pensamentos pecaminosos que um coroinha de igreja, mas ao mesmo tempo têm pensamentos puros, tem sorriso, tem sentimentos e sensações boas.

Viva os humanos!



E, claro, essa faz parte de mais uma das minhas aventuras nos transportes coletivos de São Paulo..

quinta-feira, 15 de maio de 2008

L.S.

Queria me libertar.
Estava eufórica, me acalmei
Estava triste, alegrei
Estava perdida, me encontrei
Estava doente, curei
Estava buscando, achei
Estava qurendo, não quis
Estava amando, não quis
Estava caminhando, não quis
Estava sorrindo, não quis
Estava cantando, não quis
Estava liberta, não quis

Liberdade Sufocante.