terça-feira, 15 de julho de 2008
"Então me vens e me chega e me invades e me tomas e me pedes e me perdes e te derramas sobre mim com teus olhos sempre fugitivos e abres a boca para libertar novas histórias e outra vez me completo assim, sem urgências, e me concentro inteiro nas coisas que me contas, e assim calado, e assim submisso, te mastigo dentro de mim enquanto me apunhalas com lenta delicadeza, deixando claro em cada promessa que jamais será cumprida, que nada devo esperar além dessa máscara colorida, que me queres assim porque assim que és…"
.
[Caio F. Abreu]
terça-feira, 8 de julho de 2008
Pra lembrar de um tempo bom
Pra lembrar de um tempo bom, vejo as fotografias, que guardam congelados os minutos de felicidade a mim dados por uma força maior.
Pra lembrar de um tempo bom, ouço as músicas que ouvia, e penso que meus filhos também a ouvirão.
Pra lembrar de um tempo bom, vou à casa de doces e compro aquele lápis de chocolate, que carrega consigo um gosto peculiar, não bom, mas com gosto de lembrança.
Pra lembrar de um tempo bom, fico em casa a esperar a pirua combe do padeiro passar e buzinar, pra ele me dar o mesmo sorriso de 1997 e fazer um 'jóia'.
Pra lembrar de um tempo bom, abro meu caderno brochurão com o hino brasileiro na capa de trás, e vejo as letras tortas, toscas, querendo ser alguém.
Pra lembrar de um tempo bom, abraço bem forte minha avó e a peço pra fazer um bolo de fubá com banana, que deliciosamente sai do forno com uma cobertura crocante e cheirosa.
Pra lembrar de um tempo bom, apenas lembro.
Por quê esse tempo tem de ser sempre lembrado? Por que não vivido? É necessariamente passado? E o futuro?
Alguém, alguma vez me disse me disse, que preferimos sempre lembrar o bom do passado, crendo assim, ser uma época melhor que hoje; quando na verdade, hoje é melhor época, justamente por termos vivido tudo o que lembramos com emoção - ou sem (quando se trata de momentos não muito bons).
E o futuro? Cabe na imaginação!
domingo, 6 de julho de 2008
fenômenos da natureza
Assinar:
Postagens (Atom)