É, agora eu sou. E não há nada mais engraçado que uma academia.
Saio do trabalho e vou ali me mexer, fazer incansáveis exercícios físicos, ‘puxar ferro’ como dizem. E como é divertido!
Para começar que tudo de mais bonito se encontra lá: jovens espinhentos suados e de regata, ou abadá da micareta passada, senhoras querendo perder a ‘pochete’, tiozões querendo manter a forma atlética dos tempos em que fazia parte do quartel, ou pra manter a saúde e não enfartar novamente, gordinhas querendo emagrecer (eu) e em alguns casos, magrelas ganhando músculos, peso e um voluminho na roupa. HEHE.
Mas os especiais são aqueles com músculos superdesenvolvidos, os famosos ‘bombados’. Aí é uma lindeza só, né? Acho que eles nunca ouviram de nenhuma tia na infância ‘nossa, como você cresceu’ e quiseram descontar tudo agora. Toma, tia!!
Bem, como já disse, estava na academia pra perder uns quilinhos e, ao iniciar a aula de jump, onde se pula (a vá!) sem parar numa caminha elástica, já percebi que meu sedentarismo, a barra de chocolate que havia comido e os maus hábitos juvenis começaram a pesar. Eu suava, não respirava direito, me descoordenava toda e morria de inveja da professora, que com mais de 40 anos me ‘dava um coro’.
O que me consolou (um pouco) naquela aula, foi olhar ao redor. Um senhor simpático (demais até, rs), barrigudinho e bem disposto, pulando tanto quando a professora e várias outras pessoas quase no mesmo estado que eu. É, quase porque elas já faziam a aula há mais tempo. Acho que eu estava em desvantagem..
Eu pulava e lembrava quão boa é minha cadeira em frente ao computador, quantas coisas eu tinha que pesquisar, no esquete de teatro que teria de apresentar, e outras tantas coisas, menos estar ali.
Terminada a aula, eu me sentindo mais leve, disposta, magra e etc (tudo aquilo que eu não era e que vai demorar pra me acontecer, mas a adrenalina liberada já me enganou), quando vou para o vestiário me trocar e vejo uma daquelas belezas masculinas já citadas, de regata e com peitos maiores que os meus (fato) lendo! Acreditem se quiserem!
Mas não deu nem tempo de pensar “Menos mal, pelo menos ele l..” e vieram mais outros ‘bombados’ amiguinhos daquele, dizendo (enquanto se esmurravam): OLHA ELE, QUE BIXISSE, TÁ LENDO! PARE OW!! HAHAHAHA (altas gargalhadas)
Nem fiquei em shock porque já era de se esperar, vindo de alguém que tem a cabeça quase menor que os músculos do trapézio, mas foi demais. Segurei o riso de desgosto até o vestiário e segui em frente.
É a vida, minha gente. Os comportamentos acadêmicos estão cada vez piores! E eu, pequena gordinha, que me acostume com isso. Não dizem que toda beleza tem seu preço? Esse é o que eu pago!